Furtos de cabos no DF na mira de Operação

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou mais uma fase da Operação Powercut, nesta quarta-feira (4). Segundo as autoridades, uma mulher foi presa preventivamente suspeita de integrar uma “organização do cobre”. O Correio da Manhã vem acompanhando os problemas relacionados a diversos pontos sem luz na capital, os órgãos responsáveis alegam que o motivo é o excesso de furtos de cabos de cobre dos postes, que está deixando Brasília no escuro. Dados da Companhia Energética de Brasília (CEB Ipes) revelam que, só este ano, 44 km de cabos foram furtados, com prejuízo de R$ 893 mil, mais da metade do total de cabos furtados em todo o ano de 2024.

A Operação teve início em outubro de 2024, com o objetivo de desmantelar organização criminosa especializada nessa prática, tanto no furto quanto na receptação e revenda dos cabos.

“A operação será contínua, sempre colhendo novos elementos a fim de que outras fases sejam realizadas”, ressalta nota.

Prisão

A mulher já respondia em liberdade após ter sido abordada, no dia 9 de maio, pela Polícia Rodoviária Federal, com R$ 40 mil escondidos no capô do carro. Ela apresentou uma nota fiscal que, segundo os investigadores, apresentava inconsistências, levantando suspeitas de reiteração delitiva e tentativa de ocultação de valores de origem ilícita. Diante dos indícios, a Polícia Civil do DF solicitou a prisão preventiva da investigada, medida que foi deferida pelo Poder Judiciário.

A PCDF afirma ao Correio que o pai e companheiro da investigada também estão presos preventivamente. Segundo a polícia, as fases das investigações apontam para a culpabilidade da família.

CLDF

O tema é pauta na Câmara Legislativa do DF, que promoveu audiência pública na noite desta quarta-feira (4). O deputado distrital Fábio Félix (Psol) lançou o programa “Falta luz aqui” para reunir denúncias de moradores que identificam pontos sem luz na cidade. Já são mais de 300 registros na plataforma.

Sobre os furtos, em entrevista ao jornal, o parlamentar afirma que esteve com o presidente da CEB Ipes, Edison Garcia, que confirmou a dificuldade para identificar os receptadores dos cabos furtados. Félix afirma que solicitou à Secretaria de Segurança Pública o número de ocorrências registradas por ano, para, a partir dos dados, apresentar uma proposta legislativa que busque uma solução para o problema.

“Contudo, o problema que afeta a iluminação pública em todo o DF é bastante complexo e vai além desses furtos. Em todas as regiões administrativas, temos recebido relatos de postes com lâmpadas apagadas ou que necessitam de manutenção”, alerta.