Em greve, professores protestam em frente a Secretaria
Professores e GDF divergem sobre negociação de propostas
Professores da rede pública do DF, no segundo dia de greve, realizaram um protesto, nesta terça-feira (3), em frente à sede da Secretaria de Educação do DF (SEEDF), localizada em um shopping da capital. Segundo relatos feitos à reportagem, os educadores não foram recebidos pela secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, e afirmaram ter sido alvos de spray de pimenta por parte dos seguranças do centro comercial. A manifestação tinha como objetivo abrir diálogo com a gestão e avançar nas negociações.
No último sábado (31), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou o recurso apresentado pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) contra a decisão que determinou a suspensão imediata da greve, a pedido do Governo do Distrito Federal (GDF). A decisão mantém a penalidade de multa de R$ 1 milhão por dia de descumprimento.
Ao Correio, o Sinpro criticou a postura da desembargadora do Tribunal, alegando parcialidade e acusando o GDF de tentar criminalizar o direito de greve. Apesar da condenação, a porta-voz da categoria, Letícia Montandon, reafirmou ao Correio da Manhã que o movimento grevista será mantido até que o governo aceite dialogar com as propostas apresentadas pelo sindicato.
Embora os professores não tenham conseguido contato com a secretária, como era planejado, conseguiram conversar com o secretário executivo da SEEDF, Isaías Aparecido, por mediação do deputado distrital Gabriel Magno (PT), que também e é presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Legislativa do Distrito Federal. À reportagem, o parlamentar disse que, durante a reunião, ele protocolou diversos requerimentos ao secretário que se comprometeu em passar para o Executivo.
O sindicato também contestou a nota divulgada pelo GDF na última sexta-feira (30), na qual afirma ter tentado negociar com os professores, mas que, diante da recusa da categoria, decidiu recorrer à Justiça. Segundo o Sinpro, não houve qualquer tentativa efetiva de diálogo por parte do GDF.
Na próxima quinta-feira (5), nova Assembleia irá decidir sobre a continuidade do ato.
Ao Correio, a SEEDF enviou nota em que afirma respeitar o direito constitucional à livre manifestação. No entanto, ressalta que a forma como o protesto foi conduzido nesta terça-feira comprometeu o funcionamento regular do órgão.
UnB
Na Universidade de Brasília, os professores não estão de greve, mas os técnicos administrativos, sim. Desde o dia 20 de março, setores como a biblioteca, laboratórios e outros não estão funcionando. No próximo dia 5 (quinta-feira), também haverá assembleia desta categoria.