MT reconhecido como livre da febre aftosa
Mato Grosso receberá nesta quinta-feira (29) o certificado internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
O reconhecimento será oficializado durante a 92ª Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris.
O título coloca o estado entre as principais regiões produtoras de proteína animal do mundo. A delegação mato-grossense inclui representantes do governo, entidades agropecuárias e produtores rurais.
O grupo acompanhará a cerimônia que marca o fim de um processo iniciado nos anos 1970, quando a doença ainda afetava o rebanho local.
O último caso registrado no estado ocorreu em 1996. Em 2001, Mato Grosso obteve o selo de área livre com vacinação. Na época, o rebanho bovino era de 22 milhões de cabeças. Hoje, são 33 milhões, o maior rebanho do país.
A suspensão da vacinação, aprovada em 2023, foi o passo final para o novo status.
O selo deve ampliar as exportações para mercados como Japão e Coreia do Sul, que só importam carne de regiões livres da doença sem imunização.
Em 2023, o estado vendeu US$ 2,1 bilhões em carne bovina, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). A expectativa é que o valor aumente com a certificação.
O Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) será responsável por manter a vigilância sanitária. A medida substitui a vacinação, que deixará de ser obrigatória em novembro.
Técnicos reforçarão a fiscalização em propriedades e frigoríficos para evitar a reintrodução do vírus. A suinocultura também será beneficiada. Mato Grosso é o quarto maior produtor de suínos do Brasil.
O avanço sanitário resulta de uma parceria entre poder público e iniciativa privada.