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Blogueiras são presas por divulgar vapes no DF

Acusações são de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e crime contra a saúde pública | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Três influenciadoras digitais do Distrito Federal estão sob investigação. O grupo é suspeito de promover vaporizadores eletrônicos, conhecidos como "vapes", com essência de maconha. Rhaynara Didoff, Elisa de Araújo Marden e Letícia Susane Correia Castro foram detidas pela Polícia Civil (PCDF). As prisões fazem parte da Operação Nárke, coordenada pelo Ministério da Justiça. A ação busca combater os crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e contra a saúde pública.

De acordo com as investigações, o grupo manipulava óleo de cannabis, para despejar em refis de cigarros eletrônicos. Além disso, o grupo mantinha sites e contas em redes sociais para comercializar os produtos. Por outro lado, para expandir o alcance das vendas, os investigados contratavam influenciadores digitais.

Os líderes da organização criminosa operavam a partir do interior de São Paulo, conforme apurado pela PCDF. O esquema funcionava de maneira coordenada: a maconha era adquirida de fornecedores nos Estados Unidos e enviada ao Brasil, disfarçada em potes de cera de depilação. Posteriormente, a droga era enviada de Foz do Iguaçu (PR) para São Paulo, onde era manipulada e envasada em refis de cigarros eletrônicos e outros recipientes. O grupo misturava solventes ao óleo de cannabis, além de aromatizantes, e comercializava os produtos como diferentes variedades de maconha, bem como falsos remédios para diversas doenças.

Profissionais de tecnologia da informação do Rio de Janeiro colaboravam na construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo, facilitando a lavagem de dinheiro através da automação de pagamentos e uso de documentos e informações falsas em transações bancárias. Além disso, parte dos materiais para fabricação dos cigarros eletrônicos, destinados ao consumo de cannabis, vinham da China e do Rio de Janeiro, com a personalização da logomarca do esquema criminoso.

O grupo também adquiria contas bancárias em nomes de terceiros e utilizava empresas fictícias e documentos falsos para contornar a segurança dos aplicativos bancários, conforme revelado pelas investigações. A operação conjunta entre diferentes órgãos de segurança visa combater não apenas o tráfico de drogas, mas também as redes de lavagem de dinheiro e os crimes contra a saúde pública que estão associados às atividades ilícitas do grupo investigado.