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Protestos e mortes revelam crise na Saúde do DF

Após ter atendimento recusado no Hospital Regional de Taguatinga, grávida morreu | Foto: Pedro Ventura/Agencia Brasilia

Entre o último sábado (20) e esta segunda-feira (22), três acontecimentos escancararam a crise na saúde pública do Distrito Federal. Uma mulher, de 30 anos, que estava grávida de nove semanas, morreu após procurar atendimento em duas unidade de saúde públicas do Distrito Federal. Em Samambaia, outra mulher grávida perdeu o bebê devido à demora no atendimento no último domingo (21). Além disso, pacientes que aguardavam atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas se revoltaram por causa da demora no serviço, nesta segunda-feira (22).

O primeiro caso, da mulher grávida que morreu após uma jornada frustrante em busca de atendimento médico, envolveu os Hospitais Regionais de Ceilândia (HRC) e Taguatinga (HRT). A paciente começou a sentir-se mal e, acompanhada pelo marido, dirigiu-se ao HRT em busca de avaliação médica. Entretanto, o serviços foi negado, com a justificativa de que moradores de outras regiões administrativas não poderiam ser atendidos na unidade.

Diante a isso, o casal optou por ir até o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na esperança de obter auxílio. Contudo, também enfrentaram a mesma dificuldade de acesso. Após um dia inteiro, o estado de saúde da mulher piorou. Por fim, ela foi novamente levada ao HRT, onde continuou a piorar, até que veio a óbito.

O segundo registro ocorreu no Hospital Regional de Samambaia, onde, após um trabalho de parto de 30 horas, uma mãe também não teve acesso à assistência médica necessária e acabou perdendo o bebê.

Em comunicado, a Secretaria de Saúde afirmou que "a equipe médica seguiu os protocolos pertinentes ao caso". De acordo com a secretaria, a Comissão de Avaliação de Óbitos Fetais vai investigar os fatos.

Por fim, os pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas, no Distrito Federal, iniciaram uma confusão generalizada na unidade, por conta de demora no atendimento. A confusão teve início quando um pai, acompanhado do filho pequeno, que estava com problemas de saúde, tentou adentrar a área de atendimento, mas foi impedido por um segurança. O funcionário teria avisado da necessidade de realizar uma triagem. No entanto, o homem e outras pessoas que aguardavam atendimento se revoltaram. A Polícia Militar foi acionada, apaziguou a situação e levou várias pessoas para prestar depoimento.