Por Mateus Souza
A faixa de pedestres completou 27 anos de sua implantação no Distrito Federal (DF). Desde que foi inaugurado, esse instrumento tem sido um aliado da mobilidade e da segurança no trânsito, sobretudo para os pedestres. De forma singular, os moradores da capital aderiram ao uso da faixa de pedestres e ao ato de estender a mão para os veículos pararem (sinal de vida).
De acordo com o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), em 2023 o DF registrou queda de 66% no número de mortes de pedestres em faixas não semafóricas, em comparação a 2022. Em 2023, foram duas ocorrências e, em 2022, foram seis óbitos. A medida tem gerado impactos positivos desde a inauguração. Em 1997, ano em que a faixa foi efetivada na capital, o número de vítimas por acidentes de trânsito caiu de 11 mortes por 10 mil veículos, para 6,5 mortes por 10 mil veículos. Ainda conforme o Detran, atualmente, o Distrito Federal conta com 4.471 faixas de pedestres.
O especialista em mobilidade Artur Moraes lembra que o respeito à faixa tem origem em campanhas de conscientização, como a Campanha Paz no Trânsito, lançada em 1996.
"É necessário fazer a manutenção das faixas e voltar a fazer campanhas educativas como tivemos no início". explica.
Cristovam Buarque, ex-governador que implantou a faixa de pedestre, enfatiza que, em 1995, a cidade concentrava uma das maiores taxas de morte no trânsito do país. No mesmo ano, ele assumiu a gestão e concentrou esforços em solucionar o problema.
"Durante a Campanha Paz no Trânsito, foi colocada, em frente ao Buriti, uma placa com as estatísticas preocupantes daquela época, para alertar a população do problema", diz Cristovam.
Além da faixa de pedestres, ele cita outras medidas que foram fundamentais para mudar o cenário da capital, no que concerne a segurança e a mobilidade. "Nós implementamos os pardais, que foram muito criticados na época, porque ninguém queria ter que pagar multa, e também diminuímos a velocidade das vias", afirma.
Para o ex-governador, a faixa de pedestres se tornou motivo de orgulho e alterou a cultura local.
"É o orgulho da população brasileira. Aqui se respeita a faixa de pedestre. Ela trouxe um impacto cultural grande na cidade e reduziu o número de mortes em geral", finaliza.
