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Presídio de MS produz perucas solidárias

A Receita Federal recolhe, diariamente, diversos tipos de materiais contrabandeados durante as operações de fiscalização. Parte desses itens são destinados a iniciativas e entidades que trabalham para o interesse da coletividade. Um exemplo disso é o projeto realizado no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi (EPFIIZ), em Campo Grande (MS), que transforma cabelos contrabandeados em perucas destinadas a pacientes em tratamento contra o câncer. Todo o trabalho de transformação das peças é feito pelas detentas da unidade.

A iniciativa além de oferecer um suporte direto àqueles que enfrentam a doença, também tem um impacto positivo na autoestima das mulheres encarceradas, já que o trabalho age como um instrumento de ressocialização.

O delegado regional da Receita Federal Zumilson Custódio da Silva destaca um aumento expressivo na apreensão de cabelos nos últimos anos. Segundo ele, em apenas um ano, houve um crescimento de 800% no quantitativo apreendido. Em 2023, quase 1900 kg de material foram apreendidos, comparados aos 200 kg captados em 2002.

Silva explica que Mato Grosso do Sul serve como uma rota para cabelos contrabandeados da Ásia, destinados aos principais centros urbanos do Brasil, como São Paulo e Rio.

"Com uma grande fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, é um produto facilmente transportável, com alto valor agregado e uma crescente demanda no mercado da beleza", afirma Silva. O objetivo do projeto é produzir cerca de mil perucas com os cabelos repassados pela Receita Federal, que será responsável pela distribuição das peças. Os materiais necessários para a produção são custeados pela venda de produtos fabricados no Setor de Artesanato da unidade prisional.

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