Por:

Café sem Troco recebe venezuelanos no DF

A comunidade Café sem Troco, em Planaltina, abriga 46 famílias de refugiados indígenas venezuelanos da etnia Warao Coromoto. São pessoas que precisaram sair do próprio país em busca de melhores condições de vida. No local, crianças e adolescentes de 4 a 17 anos frequentam salas de aula pela primeira vez, em uma turma especial com 67 alunos, na Escola Classe Café Sem Troco. Antes de ter o apoio das entidades governamentais do Distrito Federal, a comunidade enfrentou vários desafios, como a insegurança e a falta de recursos. "Nós ficamos por muito tempo morando no chão da Rodoferroviária de Brasília, dependendo da boa ação das pessoas. Lá na Venezuela não dava mais para ficar. Aos poucos, aqui, fomos ganhando acolhimento e apoio", disse o cacique da comunidade Warao, Miguel Antônio Quijada. O governo do Distrito Federal disponibilizou dez casas, que foram construídas ano passado, para abrigar as famílias. As estruturas são resultado de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). "A nossa primeira grande conquista foi o local onde estamos instalados", revelou o cacique. A segunda conquista da comunidade foi ver, pela primeira vez, todos os jovens e crianças matriculados em uma instituição de ensino. Na realidade em que viviam, por conta da crise social, os menores não tinham acesso à sala de aula. No Café Sem Troco, a cerca de 50 quilômetros de Brasília, os jovens aprendem a ler e escrever em um espaço de 70 metros quadrados. A Escola Classe Café Sem Troco reuniu uma equipe com uma professora bilíngue, com fluência em português e espanhol, uma intérprete de libras para atender uma aluna com deficiência auditiva e educadores voluntários da própria comunidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.