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Aterro pode afetar lençol freático em GO

Moradores de Padre Bernardo (GO) e entidades ambientais denunciam os transtornos causados por um aterro que opera na região. O empreendimento, que fica a aproximadamente 100 quilômetros do Distrito Federal, já suspendeu as atividades algumas vezes nos últimos meses, mas retornou a funcionar após recorrer das decisões da justiça.

O aterro Ouro Verde recebe toneladas de resíduos vindos do Distrito Federal e, segundo os órgãos ambientais, a atividade tem prejudicado o lençol freático e o solo. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o empreendimento está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Descoberto, o que expõe ainda mais a situação irregular do aterro.

Em 2021, conforme informações da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), o local parou de funcionar por descumprimento de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) que havia sido assinado em 2019. Posteriormente, a entidade recorreu na Justiça e conseguiu uma liminar para voltar a operar durante a tramitação do processo.

O Ministério Público derrubou a liminar e interrompeu a operação novamente. No entanto, em julho de 2022, mais uma vez a empresa conseguiu uma autorização da Justiça. A autorização foi revogada em maio de 2023. Mas, no dia 4 de agosto de 2023, o aterro voltou a ter o aval da Justiça para atuar na região.

Os rios de Padre Bernardo compõem o sistema hídrico da represa do rio Descoberto, que abastece 60% da população do DF. Como resposta aos processos, o aterro Ouro Verde alega que não oferece riscos ambientais e também rebate as afirmações de que esteja na APA da Bacia do Descoberto.

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