Por:

Direção do SindSaúde-DF resiste à intervenção

Sindicalizadas requisitam o pagamento de precatórios e a eleição do interventor | Foto: Divulgação

Por Mateus Souza

Os servidores do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF) elegeram como interventor da entidade o sindicalista Amarildo Carvalho, na última segunda-feira (26), no Auditório da Associação Comercial do Distrito Federal. No entanto, a eleição não foi aceita pelo corpo diretivo do sindicato, que inclui a presidente interina Marli Rodrigues, filiada ao MDB. Além disso, os integrantes da cúpula do SindSaúde-DF tentaram evitar a realização da Assembleia-Geral Extraordinária (AGE), que deliberou sobre a intervenção no sindicato.

Entre as ações para impedir a reunião dos sindicalizados, os diretores divulgaram na imprensa que a assembleia havia sido cancelada. Os gestores também tentaram alugar o auditório para a mesma data em que ocorreu o encontro.

A assembleia foi coordenada por Amarildo, em resposta à mobilização dos filiados. Além disso, os representantes divulgaram a convocação dos servidores, nos dias 15 e 23 de fevereiro, em um veículo de grande circulação, conforme determinam as regras. Além disso, os sindicalizados atingiram o quórum de mais de 2%, o mínimo exigido pelo estatuto, foi atingido.

Mesmo assim, Marli Rodrigues questionou a autenticidade das 132 assinaturas que determinaram a convocação da assembleia, com o intuito de conseguir embasamento em uma suposta falta do quórum mínimo. Os representantes que defendem a legitimidade da intervenção argumentam que a direção do sindicato não forneceu o número de filiados aptos, ainda com o intuito de invalidar a reunião. A disputa entre ela e os sindicalizados é motivada por diversas suspeitas de fraudes que envolvem a direção do sindicato. Isso porque 2.435 filiados se sentiram lesados por uma série de ações, desde 2012, quando 19 dirigentes aprovaram a venda de títulos de precatórios sem consultar os filiados do sindicato.

Os títulos representam o direito dos servidores de saúde ao auxílio alimentação. Como o benefício não era pago desde janeiro de 1996, o ressarcimento já estava avaliado em R$ 34,5 milhões. No entanto, eles foram vendidos por R$ 9,4 milhões, sem que nenhum dos servidores fosse consultado. Devido a isso, cerca de 100 filiados se manifestaram em favor da intervenção, na assembleia. Vale ressaltar que a maioria dos servidores ligados à entidade são aposentados, já que o processo corre desde 1996.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.