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El Niño gera alerta para incêndios no Pantanal

Até 15 de fevereiro, quase todas as regiões monitoradas tiveram chuvas abaixo da média | Foto: Divulgação

O Pantanal, bioma que ocupa 65% do Mato Grosso do Sul, corre o risco de sofrer com incêndios ainda mais severos, devido ao fenômeno El Niño. Além disso, os outros biomas que integram o estado também devem ser influenciados pelas mudanças climáticas. Desde dezembro de 2023, o estado tem registrado uma queda no volume de chuvas, e o déficit deve persistir, o que também aumenta as chances de incêndios florestais.

De acordo com o meteorologista Vinícius Sperling, do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), o volume de precipitação está abaixo da média há cerca de três meses.

"Em dezembro, de 2023, tivemos chuvas abaixo da média história em 39 municípios analisados. Já em janeiro deste ano, a situação não foi diferente, em 41 municípios houve déficit de precipitação. Sem acúmulo de água no solo, os rios estão com níveis mais baixos, é reflexo da falta de chuva", explicou Vínícios.

O estudo leva em conta os dados recolhidos em 48 municípios. Dessa forma, foi revelado que na primeira quinzena de fevereiro quase todas as regiões monitoradas tiveram chuvas abaixo da média, com exceção de um município.

"Com exceção de Porto Murtinho, que teve 164 milímetros, mas 100 milímetros caíram em apenas um dia, foi um evento atípico que fez com que a média subisse. De forma geral, o impacto da falta de chuva aparece nos indicadores de seca, que tem se intensificado em todo o Estado", afirmou o meteorologista.

Além disso, a pesquisa da Cemtec revelou que a frequência das precipitações caiu justamente no período que deveria ser o mais chuvoso, entre dezembro e janeiro.

"Desde novembro a gente observou o avanço da seca, com piora em janeiro por conta das chuvas muito abaixo do ideal. Isso tudo resulta em aumento dos focos de calor, incêndios florestais, em todos os biomas", disse o representante do Cemtec.

Além disso, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em apenas 13 dias de novembro de 2023, o pantanal já havia registrado 2.387 focos de incêndio. Já no mês de janeiro deste ano foram registrados 369 focos, enquanto no mesmo período de 2023 foram 103. Em comparação com o mês de janeiro, nos últimos seis anos, a quantidade de focos em 2024 supera a registrada em 2020, com 226.

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