O Mato Grosso está em alerta para os níveis de água dos rios da bacia do Paraguai, que abastecem o Pantanal. Apesar das chuvas, os afluentes ainda permanecem em níveis abaixo do esperado para o mês de fevereiro. Além disso, o estado se recupera dos incêndios que atingiram a região, no final do ano passado. Os dados são do sétimo boletim de monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Segundo o levantamento, entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, choveu 350 milímetros na bacia do Paraguai, mas o esperado para o período eram 570 milímetros. No alto Paraguai e Cuiabá foram registrados os piores números em anos, para um mês de fevereiro. Em Barra do Bugres, a 169 km de Cuiabá (MT), o nível do rio chegou reduzir 95 centímetros da sua cota, enquanto a média histórica para a data é de uma queda de apenas 3,69 centímetros. Já em Cuiabá, o rio desceu 28 centímetros em alguns dias e bate a marca de 1,58 metros, mas a média histórica é de 3,94 metros. A expectativa é de que a chuva chegue a cumular 47 milímetros nos próximos dias, com maior volume de água na quarta-feira (21). Dessa forma, os rios Alto Paraguai e Cuiabá têm uma chance de retomar parte do volume perdido.
Devido à escassez de chuvas, algumas cotas chegaram a marcar alturas semelhantes ao registrado em momentos de seca extrema. Dessa forma, as autoridades analisam que há risco real para os próximos meses, caso a chuva não seja suficiente para a recuperação dos rios.
Por outro lado, municípios como Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e Cáceres, a 220 km de Cuiabá, registraram prejuízos gerados pelo excesso de chuva em um curto espaço de tempo. Como exemplo, em poucas horas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 71 milímetros em Sorriso.
