Estudo sobre desejo e autoestima sexual
Apesar de cercada de tabus, a sexualidade tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões sobre bem-estar, autoestima e qualidade de vida no Brasil. Ainda sim, a satisfação plena continua distante da maioria. Uma pesquisa feita em 2025 pela Gleeden, plataforma voltada a relacionamentos não monogâmicos, mostrou que 75% dos brasileiros não estão plenamente satisfeitos com a própria vida sexual. Apenas 24% se consideram totalmente realizados, enquanto 39% se dizem "mais ou menos" satisfeitos e 36% relatam insatisfação completa.
O levantamento expõe também um descompasso entre desejo e prática. Embora 72% considerem o sexo essencial para o bem-estar, 64% mantêm relações sexuais menos de duas vezes por semana. Outro dado revelador é que, para muitos, a prioridade está em proporcionar prazer ao parceiro (47%), enquanto apenas 21% destacaram a importância de alcançar o próprio orgasmo.
Especialistas em comportamento sexual reforçam que insatisfação não é sinônimo de falta de ausência do desejo, mas de limitações nos meios de vivenciar o prazer.
"As pessoas se limitam aos modelos tradicionais de relacionamento dentro e fora da cama, deixando de fora uma gama de possibilidades para o prazer que está além da genitália, visto que a pele é o nosso maior órgão sexual. De fantasias, fetiches, brinquedos eróticos, jogos de excitação e conquista ao simples dedilhar de dedos pelo corpo do par, tudo é ignorado ou considerado tabu e pecado, e esse é um dos motivos que resultam em insatisfação sexual", explica a sexóloga Marianna Kiss.