MIR inaugura Afrotecas no Amazonas

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O Ministério da Igualdade Racial (MIR) inaugurou, em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), mais duas unidades de Afrotecas no estado. A unidade de Belterra foi instalada no dia 29 de maio e a de Santarém no dia 30 do mesmo mês. Tecnologias sociais que promovem a valorização da diversidade étnico-racial e o enfrentamento ao racismo desde os primeiros anos de vida, as Afrotecas representam um importante avanço no fortalecimento de ações afirmativas na educação infantil. Elas contam com um investimento de quase R$700 mil do MIR para sua ampliação.

"Essa união de esforços e de responsabilidade em todos os níveis mostra um Estado que busca reparar as violências raciais implementadas ao longo da história. Traremos à tona e daremos visibilidade ao povo negro a partir do fortalecimento das infâncias negras", coloca a diretora de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo (Separ), Layla Carvalho.

Segundo o coordenador do projeto na Ufopa, professor Luiz Fernando de França, a implantação das novas unidades representa um avanço estratégico na consolidação do modelo pedagógico afrocentrado e na ampliação das políticas públicas de combate ao racismo desde a primeira infância.

"Essa articulação interseccional promovida pelo MIR é indispensável. O investimento do Governo Federal e o envolvimento das juventudes negras e quilombolas, bem como das mães e comunidades tradicionais, mostram que a Afroteca é uma ação de enfrentamento ao racismo que se constrói de forma coletiva e integrada, impactando diretamente as políticas públicas para a infância, a educação e os direitos raciais", colocou.

A iniciativa educacional representa uma ação de implementação das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas, ampliando as possibilidades pedagógicas para o reconhecimento das identidades negras, quilombolas, indígenas e afro-brasileiras no ambiente educacional.

O projeto oferece às crianças um espaço lúdico e formativo, composto por livros, brinquedos, jogos e instrumentos musicais cuidadosamente selecionados. Esses materiais visam estimular a imaginação, fortalecer o pertencimento e promover o reconhecimento positivo da diversidade étnico-racial. A proposta das Afrotecas nasce das pesquisas desenvolvidas no Grupo de Pesquisa em Literatura, História e Cultura Africana, Afro-brasileira, Afro-Amazônica e Quilombola (AFROLIQ) da Ufopa que estruturou os espaços como uma intervenção pedagógica e tecnologia social antirracista.