Por: Mateus Lincoln

Comece 2025 sem dívidas

Use com sabedoria, extra do 13o. para sanar as contas | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O fim do ano traz expectativas para muitos, mas também desafios financeiros, principalmente para quem já está endividado. Segundo especialistas, este período pode ser uma oportunidade para reorganizar as finanças e começar o novo ano com mais equilíbrio. A estratégia principal é aproveitar o 13º salário de forma inteligente, utilizando esse recurso extra para aliviar as dívidas ou se preparar para gastos futuros.

O advogado especializado em direito bancário Luis Guilherme Lima destaca a importância de usar o 13º com cautela. “Esse dinheiro extra pode ser fundamental para resolver pendências financeiras. Porém, é essencial evitar gastá-lo de forma impulsiva, priorizando a quitação das dívidas e a criação de uma reserva para imprevistos”, explica.

Estratégias

Luís Guilherme sugere algumas orientações para quem deseja utilizar o 13º de forma estratégica. A primeira dica é focar nas dívidas com juros mais altos, como as do cartão de crédito e cheque especial.

“Essas dívidas têm um impacto significativo no orçamento e precisam ser resolvidas com urgência. Usar o 13º para quitá-las é um passo importante para melhorar a saúde financeira”, orienta.

Caso o valor do 13º não seja suficiente para quitar todas as dívidas, a segunda alternativa é utilizá-lo como entrada em uma renegociação. “Neste período, muitos credores oferecem condições mais vantajosas. O consumidor pode negociar descontos à vista ou melhores parcelamentos, o que ajuda a reduzir o valor total das dívidas”, acrescenta o advogado.

Além disso, Luís Guilherme recomenda que uma parte do 13º seja reservada para cobrir despesas fixas no início do ano, como IPVA, material escolar e contas de janeiro. “Esses custos extras podem apertar o orçamento no começo de 2025, por isso é importante se planejar com antecedência”, comentou o advogado.

Contas

Além de usar o 13º de forma estratégica, o especialista também orienta sobre os gastos típicos do fim de ano, como compras de Natal e festas. “É possível comemorar sem se endividar. Presentes simples e celebrações em casa são alternativas mais econômicas e ajudam a evitar novos compromissos financeiros”, afirma.

Outro ponto importante é fazer um planejamento detalhado das despesas. “É fundamental evitar compras por impulso, principalmente para quem está endividado. Estabelecer um limite para os gastos de fim de ano e focar no essencial são atitudes que ajudam a manter o controle do orçamento”, explica.

Mais urgentes

Luís Guilherme também destaca algumas ações práticas para quem quer começar 2025 com as finanças mais equilibradas. A primeira recomendação é priorizar o pagamento das dívidas mais urgentes, como aluguel, energia e alimentação, que comprometem a estabilidade financeira. Em seguida, ele sugere focar em renegociações para obter condições mais favoráveis, aproveitando os descontos oferecidos no fim do ano.

Por fim, uma dica importante é evitar novos parcelamentos. Apesar das promoções tentadoras do fim de ano, o ideal é não contrair dívidas a longo prazo. “Se já há dívidas em aberto, o foco deve ser quitá-las, e não aumentar o endividamento”, reforça o advogado.

Auxílio

Para aqueles que já estão enfrentando um nível elevado de endividamento, há soluções jurídicas possíveis.

A Lei nº 14.181/2021, Lei do Superendividamento, que permite a proteção do Judiciário a pessoas nesta condição, é uma ferramenta importante nesse processo, permitindo que o consumidor organize suas finanças e pague suas dívidas sem comprometer o essencial para sua sobrevivência”, explica.