Mais de 10 mil pessoas, de todo o Brasil, participaram das 27 conferências estaduais e distrital de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Os eventos, promovidos pelos respectivos conselhos e secretarias de Saúde, marcaram a conclusão de um movimento iniciado em 10 de junho, no Mato Grosso, e encerrado em 27 de setembro, em Roraima, com a realização da primeira conferência do estado nortista sobre o tema. "É um feito histórico que estamos construindo no país, mostrando o protagonismo de quem faz o SUS acontecer", comemorou a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES) , Isabela Pinto, ao destacar a importância de um governo democrático que garante espaço para pautas essenciais das trabalhadoras e trabalhadores.
As etapas estaduais foram preparatórias para a conferência nacional, que não ocorre no Brasil desde 2006. Com diferentes formatos, os debates das diretrizes e propostas, elaboradas nas etapas municipais e regionais, abordaram três eixos temáticos: a importância da democracia, equidade e controle social no SUS; o trabalho digno, seguro e equânime como estratégia para o futuro do Brasil; e o papel da educação na produção da saúde e cuidado das pessoas que fazem o SUS acontecer. "Os estados, que trazem suas demandas específicas no campo do trabalho e da educação, darão o tom, no âmbito federal, para o desenho de políticas que possam efetivamente contemplar necessidades dos territórios", avaliou a secretária adjunta da SGTES, Laíse Rezende.
De acordo com Isabela Pinto, a participação social é um dos princípios fundantes do SUS, e o fortalecimento do controle social é um passo importante para a legitimidade das políticas que devem traduzir a diversidade do Brasil. Ela destaca que se trata de um momento histórico, no qual 100% das unidades federadas realizou conferências, ampliando as redes de participação social. "Um caminho potente para dar concretude ao processo de formulação de políticas públicas".
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e coordenador da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (4ª CNGTES) , Fernando Pigatto, na 16ª Conferência Nacional de Saúde , realizada em 2019, não havia ambiente político para a convocação de uma conferência nacional sobre o tema. "Os trabalhadores da saúde deram suas vidas para salvar outras durante a pandemia da covid-19. A valorização não podia ficar restrita aos aplausos nas janelas, mas precisa se transformar em política pública. Uma das propostas das conferências é atualizar e colocar em prática a Política Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, um grande desafio que demanda a participação dos estados", defendeu Pigatto.