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Justiça quer resposta sobre aborto legal

A juíza Paula Weber Rosito, da 8ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre (RS), concedeu prazo de 72 horas para que o CFM (Conselho Federal de Medicina) se manifeste sobre ação civil pública que pede a suspensão de uma resolução que proíbe médicos de realizar um procedimento em casos de aborto legal por estupro.

A ação, protocolada ontem pelo Ministério Público Federal, é assinada por procuradores de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, Sociedade Brasileira de Bioética e o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde.

Um outro processo judicial foi ingressado na última sexta no STF pelo mesmo motivo, também com pedido de liminar para a suspensão da resolução.

As ações tentam derrubar a norma do CFM que veta a realização da assistolia fetal, procedimento médico que consiste na injeção de produtos químicos que provocam a morte do feto antes da retirada do útero dos casos de aborto legal.

O procedimento é recomendado pela OMS, entidades internacionais de ginecologia e obstetrícia e pelo próprio Ministério da Saúde em casos de gravidez avançada resultante de estupro, cuja interrupção é autorizada por lei.

Há um consenso de que o procedimento traz benefícios emocionais, legais e éticos relacionados ao "impedimento de expulsão fetal com sinais transitórios de vida".

Conforme a Folha de S.Paulo relatou, a resolução já vem provocando suspensão de procedimentos de abortos legais por estupro. Na semana passada, ao menos quatro casos de meninas e mulheres com gestações avançadas resultantes de estupro estavam sendo acompanhados pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Por: Cláudia Collucci (Folhapress)

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