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O aumento da carga horária do EM

A aprovação de mudanças na reforma do ensino médio pela Câmara dos Deputados, na noite desta quarta-feira (20), traz como ponto positivo o aumento da carga horária para a chamada formação geral básica, avaliam especialistas ouvidos pela reportagem.

Por outro lado, o texto faz uma diferenciação em relação ao itinerário geral e o itinerário do ensino técnico. Esse ponto seria prejudicial, na avaliação de Márcia Jacomini, professora do departamento de educação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

"Diante do conteúdo e das consequências, a reforma deveria ser revogada, e o processo de implementação de uma nova deveria ocorrer de uma forma participativa. Mas, diante do que está posto, a reforma da reforma pode trazer benefícios. O aumento das horas de 1.800 para 2.400, na formação geral, dará condições para que as escolas desenvolvam o conteúdo", diz.

O texto ainda precisa passar pelo Senado.

A proposta do Executivo previa 2.400 horas obrigatórias do currículo geral para todos os itinerários formativos. O relator, com apoio da maioria dos secretários estaduais de educação, afirmava que o patamar obrigatório inviabilizaria os cursos profissionalizantes.

"Estamos assumindo que os estudantes que escolhem essa formação técnica podem ter menos conteúdo da formação geral básica. Que eles não precisam saber muita coisa de português, matemática, química, física", afirma Jacomini.

Já Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, considera que o novo substitutivo segue preservando os princípios da reforma de 2017 --que gerou críticas após a implementação-- e traz melhorias frente ao desenho original.

Por: Tayguara Ribeiro (Folhapress)

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