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Vale adia decisão sobre novo presidente

Terminou, nesta quinta (15), sem consenso, a reunião que definiria o futuro do presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em processo de sucessão que ganhou contornos políticos após pressão do presidente Lula para indicar o ex-ministro Guido Mantega.

A substituição de Bartolomeo é defendida pelo governo e tem apoio da Previ, que tem dois conselheiros, e do representante dos trabalhadores da companhia, André Viana.

A busca por outros candidatos foi defendida por comitê interno que avaliou a gestão do atual presidente, cujo mandato se encerra em maio. A avaliação é que, diante da divisão no conselho, o movimento ideal seria estudar alternativas. Bartolomeo tem feito pressão para permanecer no cargo e conseguiu apoio de acionistas estrangeiros.

A Vale tem entre seus acionistas relevantes a Previ, o Bradesco, a Mitsui e a Cosan, além de grandes gestoras de investimentos globais, como a BlackRock e o Capital Group. Apenas os quatro primeiros, porém, têm representantes no conselho.

Em paralelo às discussões sobre a renovação de Bartolomeo, a Cosan negocia a compra do projeto de construção do porto de São Luís, no Maranhão, projeto orçado em pouco mais de R$ 1 bilhão.

O projeto prevê que o terminal vai ficar a seis quilômetros da Estrada de Ferro Carajá e terá capacidade para movimentar mais de 100 milhões de toneladas ao ano. A construção é onerosa, e a Cosan busca sociedade com a Vale para tirar o projeto do papel

Sócia relevante da Vale desde outubro de 2022, com quase 5% de participação, a Cosan vinha tentando emplacar Luis Henrique Guimarães no comando da mineradora. O controlador da companhia, Rubens Ometto, chegou a tentar negociar com Lula, mas não obteve sucesso.

Por Alexa Salomão e Nicola Pamplona (Folhapress)

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