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'Pântanos alimentares'

Sete em cada dez escolas de São Paulo estão cercadas por lanchonetes e vendedores de comida ultraprocessada, os chamados "pântanos alimentares", o que, de acordo com os especialistas, aumenta os riscos de obesidade entre crianças e adolescentes.

De acordo com estudo publicado no dia 9 deste mês, no periódico Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fiocruz, os colégios, tanto particulares quanto públicos, estão rodeados por esses estabelecimentos num raio de 250 metros.

No âmbito nacional, os dados apontam para a mesma direção. O projeto Caeb (Comercialização de Alimentos em Escolas Brasileiras), da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), realizou um levantamento com 891 escolas privadas de oito cidades brasileiras para avaliar a alimentação oferecida nesses espaços.

A pesquisa de campo ainda está em andamento, mas a Folha obteve acesso a dados preliminares.

A análise mostrou que o índice de saudabilidade das cantinas é de 26,5. O indicador é usado pelos pesquisadores para dimensionar a oferta de alimentos in natura ou minimamente processados em relação aos ultraprocessados. Especialistas avaliam que a pontuação ideal deve ser em torno de 70.

Relatórios como o Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes) e a Pense (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) já listaram hipertensão, obesidade e hipercolesterolemia (colesterol elevado) como possíveis consequências da oferta de cardápios de baixa qualidade nutricional nesses ambientes.

Por: André Derviche (Folhapress)

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