O escritório que representa 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, afirma que um acordo poderá ser fechado até março.
A Samarco é uma joint-venture formada pela inglesa BHP e a mineradora brasileira Vale, que tenta não figurar na ação de responsabilização pela tragédia movida na Inglaterra.
A BHP entrou com um processo naquele país pedindo a participação da Vale na ação de responsabilização. A mineradora brasileira disse à Justiça não ter sede na Inglaterra e que, por isso, suas questões judiciais não poderiam ser resolvidas pela corte local.
Em agosto, no entanto, a Justiça inglesa decidiu que a empresa brasileira terá que responder juntamente com a BHP na ação de responsabilização pela tragédia. A Vale afirma que vai recorrer da decisão.
A audiência na Justiça inglesa que poderá determinar a culpa das duas empresas foi marcada para outubro de 2024.
Porém, segundo o advogado Tom Goodhead, chefe-executivo global do escritório Pogust Goodhead, que representa na Justiça daquele país 700 mil atingidos pela tragédia, existe a possibilidade de um acordo até março. O valor a ser colocado à mesa para o início das negociações é de R$ 230 bilhões.
O objetivo do acordo é evitar o desgaste de uma possível condenação pela corte. "Em 99% dos casos as empresas evitam deixar que o processo chegue a julgamento", diz o advogado, referindo-se a processos envolvendo empresas de alcance global, nos quais o escritório se especializou.