Afetado por mais uma passagem de ciclone no seu litoral norte, o Rio Grande do Sul sofre os efeitos de uma frente fria que trouxe temporais insistentes desde o final de semana em diferentes regiões. O estado, que ainda contabiliza mortes e prejuízos no Vale do Taquari, está com dois alertas simultâneos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia): um laranja para "perigo de tempestade" e um vermelho indicando "grande perigo de acúmulo de chuva", que abrange 78 municípios incluindo a região metropolitana de Porto Alegre, parte da serra e do litoral norte.
A previsão é de que a chuva deixe o RS na quinta (28) e retorne em volumes menores no sábado (30). Em Porto Alegre, setembro de 2023 foi o mês mais chuvoso desde que é feita a medição, em 1916.
Uma das bacias que causa preocupação é a do rio dos Sinos, que banha municípios da região metropolitana de Porto Alegre e costuma sofrer o efeito das chuvas com alguns dias de atraso, após a chuva de outras regiões desaguarem ali. Em municípios como Taquara e Sapucaia do Sul, a Defesa Civil está em alerta e escolas públicas suspenderam as atividades.
Destino das águas da chuva de todo o Rio Grande do Sul antes de desaguarem no Oceano Atlântico, a Lagoa dos Patos, no sul do estado, também está acima do nível normal e afeta municípios da chamada Costa Doce, como Pelotas, Barra do Ribeiro e Tapes. O problema é agravado com o vento sul, que atrapalha o curso das águas para o oceano.
As famílias de pescadores estão sendo retiradas de casa pela Defesa Civil - 26 famílias em Tapes e 28 em Pelotas. Também em Pelotas, outras 90 pessoas estão abrigadas em salões paroquiais.
Porto Alegre, que está com as comportas fechadas para resguardar a região do Guaíba, teve chuva em 19 dos 26 dias de setembro e bateu recorde. O acumulado de 413,8mm de chuva é o maior da história.
*Por Caue Fonseca (Folhapress)