Trump: "caça às bruxas" na imprensa

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A Casa Branca lançou na segunda (1º) uma campanha para expor veículos de mídia e jornalistas por reportagens que desagradam ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump, renovando medidas de ataque à imprensa profissional que têm sido habituais em seu segundo mandato. A página, dentro do site do governo, lista os "infratores de mídia da semana" sob uma tarja em que se lê "Enganador. Enviesado. Exposto" e a marca de três veículos de imprensa, como o jornal The Boston Globe, a rede CBS News e o site britânico The Independent.

A página também nomeia os repórteres que assinam as reportagens que desagradam ao governo; cada jornalista citado tem uma página própria listando o que a Casa Branca chama de infrações.

Reportagens sobre o vídeo de congressistas democratas pedindo às Forças Armadas que não cumpram ordens ilegais foram classificadas, por exemplo, como deturpadas. Trump acusou os legisladores no vídeo de comportamento sedicioso que seria "punível com a morte", em publicação na rede Truth Social - o site diz que as reportagens "subversivamente insinuam" que Trump deu ordens ilegais e que as notícias deturparam falas dele afirmando que ele pediu a execução dos rivais.

A publicação de Trump sobre o assunto, na ocasião, foi a seguinte: "COMPORTAMENTO SEDICIOSO, punível com a MORTE! Isso é realmente ruim e perigoso para nosso país. Suas palavras não podem ser permitidas. COMPORTAMENTO SEDICIOSO DE TRAIDORES!!! PRENDAM ELES???"

A campanha da Casa Branca tenta dar roupagem de checagem de fatos às acusações, categorizando veículos de imprensa e repórteres e listando o que seriam "acusações, infrações e a verdade". Ao fim, há uma busca pelos veículos acusados, e uma tabela de classificação; na segunda, o The Washington Post encabeçava a lista.

Por Guilherme Botacini (Folhapress)