Sem espaço para o Hamas
Israel terá poder de vetar membros da força de segurança em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse neste domingo (26) que Israel sozinho decidiria quais países permitiria participar de uma planejada força de segurança internacional em Gaza. De acordo com um cessar-fogo mediado pelos EUA entre o grupo terrorista Hamas e Israel, uma coalizão de potências principalmente árabes e muçulmanas deve enviar tropas para o território palestino.
No entanto, Netanyahu, que se opõe a que o rival regional Turquia tenha um papel na força conjunta, disse: "Deixamos claro com relação às forças internacionais que Israel determinará quais forças são inaceitáveis para nós".
Também neste domingo, Netanyahu disse que, como um Estado soberano, Israel determinará sua política de segurança e com quais forças estrangeiras trabalhar.
"Nós controlamos nossa própria segurança e deixamos claro às forças internacionais que Israel decidirá quais forças são inaceitáveis para nós - e é assim que agimos e continuaremos a agir", disse o primeiro-ministro israelense no início de uma reunião de gabinete.
"Isso é, naturalmente, aceito pelos Estados Unidos, como seus representantes mais graduados expressaram nos últimos dias", declarou o premiê.
Na quarta-feira (22), Netanyahu teve reunião com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance. Após o encontro, o primeiro-ministro israelense rejeitou de forma contundente a ideia de que seu país seja um vassalo dos Estados Unidos, classificando essa interpretação como besteira, segundo o jornal The Times of Israel.
"Numa semana, dizem que Israel controla os EUA. Na semana seguinte, dizem que os EUA controlam Israel. Isso é besteira. Temos uma aliança entre parceiros que compartilham valores comuns. Podemos ter divergências aqui e ali, mas, no último ano, tivemos um acordo não só sobre os objetivos, mas também sobre como alcançá-los", disse, ainda segundo a publicação.
Os EUA são os maiores aliados e os principais fornecedores de armas e equipamentos militares de Israel. Netanyahu elogiou o papel americano na região e destacou que a cooperação com Washington tem sido essencial para o avanço dos objetivos de segurança e diplomacia de seu país. "Conseguimos colocar a faca na garganta do Hamas", afirmou.
O plano de Trump para Gaza prevê a criação de um comitê palestino tecnocrático supervisionado por um conselho internacional, sem que o Hamas tenha papel no governo. Críticos acusam a estratégia de se inspirar em regimes coloniais do passado.
Na semana retrasada, Mohammed Nazzal, dirigente do Hamas, disse à agência Reuters que o grupo esperava desempenhar algum papel de segurança em Gaza durante um período de transição indefinido.