Barcos humanitários partem de Barcelona a Gaza

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Uma nova flotilha com dezenas de barcos de ajuda humanitária partiu de Barcelona em direção à Faixa de Gaza por volta das 15h30 locais de domingo (31), 10h30 no Brasil, sob acenos, aplausos e gritos como "Palestina livre". O grupo diz ser a maior tentativa já realizada de romper o bloqueio marítimo de Israel ao território. O plano é passar por mais três pontos no mar Mediterrâneo, incluindo a Tunísia na próxima quinta (4), e se juntar a outras embarcações no caminho, somando 80 barcos de 44 países com cerca de 700 pessoas. A organização prevê chegar a Gaza em 13 de setembro.

À reportagem o major Rafael Rozenszajn, um dos porta-vozes das Forças Armadas israelenses, já indicou que novamente não permitirá a entrada: "As Forças Armadas vão estar preparadas para garantir que o bloqueio seja aplicado de uma forma absoluta na Faixa de Gaza", disse.

Entre os nomes públicos que participam da missão, batizada de Global Sumud, estão a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, que foram presos e deportados por forças israelenses em uma das empreitadas anteriores do grupo, em junho. Ao menos mais 12 brasileiros estão na tripulação.

"Realmente acreditamos que vamos conseguir furar o bloqueio. Porque desta vez, depois que 37 barcos tentaram navegar até Gaza [e não conseguiram desde 2008], nós reunimos mais barcos do que todos os barcos que já tentaram realizar essa missão somados", discursou Ávila a centenas de manifestantes à beira do porto da cidade espanhola.

Eles carregavam cartazes com dizeres como "parem o holocausto alimentar em Gaza" e "não são mortes, são assassinatos". Também puxavam gritos como "não é uma guerra, é um genocídio" e "aguenta, Gaza, que o povo se levanta".

A saída de Barcelona ocorre após uma programação de três dias com palestras e shows pró-Palestina no porto da cidade, incluindo uma roda de samba. A capital catalã se tornou um foco de apoio à causa, chegando a romper relações institucionais com Israel simbolicamente em junho.

Por Júlia Barbon (Folhapress)