O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou em discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, neste sábado (27), que "qualquer agressão contra a Rússia será respondida de forma decisiva", sobre eventuais operações militares da Otan, a aliança militar ocidental. "A Rússia está sendo acusada de planejar atacar a Otan e países da União Europeia. O presidente Putin tem repetidamente rechaçado essas provocações."
Segundo Lavrov, o governo de Vladimir Putin continua disposto a negociar o fim da Guerra da Ucrânia, mas não abrirá mão das garantias que exige para encerrar o conflito. "Temos de garantir a segurança da população de origem russa na Ucrânia", afirmou, em referência aos russófonos no lestes do país vizinho, parcialmente sob controle de Moscou.
Lavrov elogiou Donald Trump pelo seu "desejo de construir um diálogo" por meio da cúpula bilateral com Putin no Alasca no mês passado. Na plenária, a delegação ucraniana acompanhava com atenção a fala do russo.
A declaração foi feita dias após uma guinada no discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito da guerra. Ele mudou o tom na terça (23) ao escrever em suas redes que a Ucrânia, com o apoio da Otan e da Europa, tem condições de retomar os territórios ocupados pelas forças russas.
A mudança de posicionamento ocorreu após encontro com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, nos bastidores da Assembleia-Geral, em Nova York. Trump escreveu em sua rede Truth Social que, depois de conhecer e de compreender completamente a situação militar e econômica da Ucrânia e da Rússia, e de observar as dificuldades enfrentadas por Moscou, passou a acreditar que Kiev, com o apoio de aliados, esteja em condições de lutar e vencer, recuperando todo o seu território "em sua forma original".
Na reunião com Trump, Zelenski pediu mais pressão sobre a Rússia e disse que suas Forças Armadas estão em condição de conter o avanço russo no leste do país.