Bombardeios de Israel contra o Iêmen mataram pelo menos 35 pessoas e deixaram outras 131 feridas na quarta (10), informou em comunicado o Ministério da Saúde dos rebeldes houthis, grupo armado que controla boa parte do país. Segundo os houthis, os ataques se concentraram na capital, Sanaa, e na província de Al-Jawf, no norte. A ofensiva, de acordo com as Forças Armadas de Israel, teve como alvo bases militares, depósitos de combustível e um "centro de propaganda" da milícia iemenita, apoiada pelo Irã.
O grupo armado afirmou que os alvos atingiram apenas civis, incluindo jornalistas e sedes de veículos de comunicação. Moradores de Sanaa ouvidos pela agência de notícias Reuters disseram ter ouvido explosões nos arredores da capital e no Ministério da Defesa dos rebeldes.
O ataque acontece pouco tempo depois de um bombardeio israelense matar o primeiro-ministro e uma série de membros do governo houthi em Sanaa. A autoridade do grupo armado sobre o país ao sudoeste da Península Arábica não é reconhecida pela comunidade internacional, com exceção do Irã.
"Os bombardeios foram realizados em resposta a ataques do regime terrorista dos houthis contra o Estado de Israel", disseram as Forças Armadas israelenses em nota.
A ação de Israel nesta quarta acontece um dia depois do bombardeio inédito contra o Qatar, país aliado dos Estados Unidos e mediador das negociações entre o grupo Hamas e Tel Aviv.
Autoridades qataris se referiam ao ataque como uma "grave escalada" e "violação flagrante do direito internacional". O premiê do país, Mohammed ben Abdulrahmane al-Thani, reiterou que o Qatar tem o direito de responder à ofensiva e que continuará exercendo seu papel de mediador.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, exigiu que o Qatar expulse membros do Hamas do país. "Se eles não o fizerem, nós o faremos", ameaçou, indicando a possibilidade de novas ações militares contra a monarquia.