O governo dos Estados Unidos voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e autoridades aliadas a ele nesta segunda-feira (8). A publicação foi feita pelo subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, um dia após as comemorações e às manifestações de 7 de Setembro vindas de apoiadores e opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Ontem o Brazil comemorou seu 203° Dia da Independência. Foi um lembrete do nosso comprometimento de ficarmos ao lado dos brasileiros que buscam preservar os valores de liberdade e justiça. Para o juiz Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais - continuaremos a adotar as ações apropriadas", publicou o subsecretário no X (antigo Twitter).
Yesterday marked Brazil’s 203rd Independence Day. It was a reminder of our commitment to stand with the people of Brazil who seek to preserve the values of freedom and justice. For Justice Alexandre de Moraes and the individuals whose abuses of authority have undermined these…
— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) September 8, 2025
Os ataques e ameaças verbais feitas pela administração do presidente dos EUA, Donald Trump, têm sido constantes desde o indiciamento de Bolsonaro. Além da imposição de tarifas de 50% a produtos vendidos pelos Estados Unidos ao Brasil, o norte-americano também impôs sanções financeiras ao ministro Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky. Em publicações anteriores do governo Trump, o magistrado já foi chamado de "tóxico" e "orwelliano", em referência à distopia 1984, de George Orwell.
Manifestações de 7 de setembro
Nas manifestações bolsonaristas realizadas no 7 de Setembro, o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também atacou o STF. Cotado a sucessor de Bolsonaro nas eleições gerais de 2026, o político fez duras críticas ao tribunal, que acusou de exercer uma "ditadura de toga", e chamou Moraes "tirano".
Julgamento, crimes e penas
Nesta semana, será retomado o julgamento no STF contra Bolsonaro e outros sete réus na Ação Penal 2886, conhecida como 'Núcleo Crucial' da articulação de um golpe de Estado para manter o ex-chefe do Executivo no poder após perder as eleições de 2022. Seis dos sete réus — incluindo Bolsonaro— respondem por cinco crimes e podem somar mais de 40 anos de prisão.
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito: pena de 4 anos (mínimo) a 8 anos (máximo);
- tentativa de golpe de Estado: pena de 4 anos (mínima) a 12 anos (máxima);
- participação em organização criminosa armada: pena de 3 anos (mínima) a 8 anos (máxima) – pode chegar a 17 anos, com as agravantes de uso de arma de fogo e participação de agentes públicos;
- dano qualificado: pena seis meses (mínima) a 3 anos (máxima); e
- deterioração de patrimônio tombado: um ano (mínima) a 3 anos (máxima).