O Tesouro da Argentina afirmou que irá intervir no mercado de câmbio, enquanto os ativos do país afundam em meio a uma série de reveses políticos e econômicos para o presidente argentino, Javier Milei, antes de uma votação crucial neste domingo (7).
A decisão é uma reviravolta para o governo, que repetidamente celebrou o peso flutuando livremente dentro de bandas estabelecidas, e dá continuidade aos esforços do governo para estabilizar a taxa de câmbio.
As autoridades aumentaram drasticamente as taxas de juros para rolagem de mais dívida pública, elevando repetidamente as exigências de reservas e aumentaram as restrições cambiais aos bancos.
O secretário de Finanças, Pablo Quirno, postou em sua conta no X (antigo Twitter) na terça-feira que o Tesouro atuará no mercado de câmbio para contribuir com sua "liquidez e funcionamento normal".
Os títulos soberanos despencaram com títulos com vencimento em 2035 caindo US$ 0,016, negociando no nível mais baixo desde abril, de acordo com dados indicativos de preços compilados pela Bloomberg.
A moeda caiu 1,6%, reduzindo perdas anteriores de até 2,8% em comparação com o fechamento de sexta-feira (28), à medida que as negociações foram retomadas com força após o feriado dos EUA dessa segunda-feira (1º) ter drenado a liquidez.
No âmbito do acordo da Argentina com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o governo se comprometeu a não comprar moeda estrangeira a menos que dólar atingisse o piso da banda de flutuação -cerca de 951 pesos argentinos atualmente- nem vender a menos que excedesse o teto, de 1.471 pesos.
O governo tem lutado para aliviar a pressão sobre a moeda enquanto enfrenta denúncias de corrupção antes da eleição na província de Buenos Aires marcada para domingo (7).