Médicos da Faixa de Gaza atribuem ataques a Israel

Novos - e violentos - ataques mataram mais de 100 palestinos em Gaza

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Ataques militares israelenses mataram ao menos 114 pessoas na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (15), segundo médicos palestinos, enquanto os Estados Unidos e os mediadores árabes pressionam por um acordo de cessar-fogo e o presidente dos EUA, Donald Trump, visita o Oriente Médio.

A maioria das vítimas, incluindo mulheres e crianças, foi morta em Khan Yunis, no sul de Gaza, em ataques aéreos que atingiram casas e barracas, disseram os profissionais de saúde. Entre os mortos está o jornalista Hassan Samour, que trabalhava para a estação de rádio Aqsa, dirigida pelo Hamas, e foi morto junto com 11 membros de sua família quando sua casa foi atingida.

Israel afirma que sua Força Aérea atingiu 130 alvos usados por grupos combatentes em Gaza nos últimos dois dias. Em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, o Ministério da Saúde —controlado pelo Hamas— afirmou que um ataque israelense à clínica médica Al-Tawba matou pelo menos 15 pessoas e feriu várias outras.

O Hamas disse em um comunicado que Israel está operando uma "tentativa desesperada de negociar sob a sombra do fogo", à medida que as conversações indiretas de cessar-fogo acontecem, envolvendo também os enviados de Trump e os mediadores do Qatar e do Egito em Doha.

Os palestinos comemoram nesta quinta a Nakba, que significa catástrofe em árabe, e é como se referem ao êxodo forçado de mais de 700 mil pessoas após a criação do Estado de Israel em 1948. "O que estamos vivenciando agora é ainda pior do que a Nakba de 1948", disse Ahmed Hamad, um palestino da Cidade de Gaza que foi deslocado várias vezes, à agência de notícias Reuters. "A verdade é que vivemos em um estado constante de violência e deslocamento. Onde quer que vamos, enfrentamos ataques. A morte nos cerca por toda parte."

Desde 2023, em virtude de uma resolução da Assembleia-Geral, a ONU comemora oficialmente o aniversário da Nakba. Nesta quinta, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, por meio de seu embaixador, declarou que o mundo deve por fim à "injustiça histórica" da Nakba e à "tragédia em curso" em Gaza, algo que classificou de vergonha para a comunidade internacional.

Autoridades de saúde palestinas dizem que os ataques israelenses aumentaram desde que Trump iniciou uma visita, na terça (13), ao Oriente Médio, algo que muitos palestinos esperavam ser usado para pressionar por uma trégua.