Bombardeio na fronteira

Rússia lança bomba em represa para impedir avanço da Ucrânia

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Forças russas lançaram uma bomba potente em uma represa na vila de Popovka, na região de Belgorod, localizada no sudoeste da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, na quinta (3). Um vídeo mostrando a explosão e seus efeitos foi compartilhado em canais russos no Telegram. A bomba FAB-3000, equipada com dispositivo que a guia com precisão, cai na represa e provoca uma grande bola de fogo.

A intenção russa era evitar um eventual avanço ucraniano em seu território. A represa Popovka chegou a ser usada pelo Exército de Kiev para fornecer recursos à região fronteiriça de Sumi, de acordo com o jornal ucraniano Kyiv Post. Postagens em redes sociais indicam que a explosão causou inundações nas áreas circundantes, danificando terras agrícolas.

A incursão ucraniana na região vizinha de Kursk parece estar chegando ao fim, com as forças russas supostamente recapturando o posto de controle na fronteira perto da cidade de Sudzha, segundo o Kiev Post.

Apenas uma pequena faixa de território russo, cerca de 1 a 3 quilômetros de largura, permanece sob controle ucraniano nessa área, diz o jornal. Enquanto isso, na região de Belgorod, uma nova ofensiva ucraniana - relatada pela primeira vez há duas semanas - parece estar se expandindo ligeiramente, com as forças de Kiev se fortalecendo e contra-atacando os ataques russos.

De acordo com o The Moscow Times, um ataque com míssil balístico russo na quarta (2) matou pelo menos quatro pessoas e feriu 17 em Krivii Rih, na cidade natal do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

A ofensiva ocorreu, segundo o jornal, após bombardeio de drones na véspera nas regiões de Zaporíjia e Kharkiv, que juntos mataram uma pessoa e feriram pelo menos outras sete, de acordo com autoridades.

No campo diplomático, as ações dos presidentes Vladimir Putin e Donald Trump para restaurar os laços entre Rússia e Estados Unidos têm gerado temores na Ucrânia e em seus aliados europeus de que os dois líderes possam chegar a um acordo que marginalizaria Kiev e o restante do continente.

Kirill Dmitriev, enviado de investimentos de Putin, esteve em Washington nesta quinta e disse que "forças desconhecidas" tentam gerar tensão entre os dois países.

"Essas forças estão distorcendo deliberadamente a posição da Rússia", escreveu ele no Telegram. "Os opositores do reaproximação temem que a Rússia e os EUA encontrem um terreno comum, comecem a se entender melhor e construam uma cooperação tanto nos assuntos internacionais quanto na economia."