Ucrânia rejeita paz imposta por Trump e Putin

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A negociação de paz para acabar com a Guerra da Ucrânia sugerida por Donald Trump a Vladimir Putin em um telefonema gerou um terremoto político. A União Europeia e o governo ucraniano correram para dizer que qualquer conversa precisa incluir Kiev.

Após ter tido os contatos iniciais rejeitados por Moscou, que considerou seu termos vagos e favoráveis a Volodimir Zelenski, Trump fez seu movimento na quarta (12). Ligou para o russo, com quem ficou uma hora e meia ao telefone, e depois relatou o teor da conversa ao ucraniano.

No seu caótico estilo, misturando postagens na rede Truth Social e falas a repórteres na Casa Branca, Trump disse que irá se encontrar com Putin, provavelmente na Arábia Saudita, disse que a Ucrânia deverá perder territórios e que nunca será admitida na aliança militar Otan.

Nesta quinta (13), a chefe da diplomacia do bloco europeu, a estoniana Kaja Kallas, disse que "qualquer acordo por trás das nossas costas não vai funcionar". "Qualquer acerto rápido será um acordo sujo, algo que não funcionou antes", disse.

Quando era premiê de seu país, Kallas ficou famosa por sua instância anti-Putin agressiva. "Apaziguamento não vai funcionar. Se a Ucrânia decidir resistir, nós estaremos com ela", afirmou.

Em entrevista ao site Politico, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, foi mais realista. "Para mim está bem claro que não deve have solução [para a guerra]. que não envolva os EUA. A próxima missão é garantir que não haja uma paz imposta [aos ucranianos]", disse.

Enquanto os políticos debatem, a economia reagiu de forma positiva às notícias. O rublo teve valorização e está no patamar mais alto ante o dólar desde setembro, enquanto os títulos soberanos em moeda americana da Ucrânia também apresentaram ganhos expressivos.

Por Igor Gielow (Folhapress)