Ofensiva contra a Ucrânia

Rússia lançou ofensiva para expulsar as forças da Ucrânia do sul

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Por Igor Gielow (Folhapress)

A semana começou com grande pressão militar da Rússia na Guerra da Ucrânia. Kiev afirma que Moscou deslocou 50 mil soldados para tentar expulsar as forças remanescentes de Volodimir Zelenski na região russa de Kursk, e a situação no leste ucraniano piorou.

Além disso, há relatos de que a Rússia prepara uma ação grande em Zaporíjia, sul do país, aproveitando a anemia generalizada de forças de Kiev na região, que não vê grandes batalhas desde o ano passado.

O quadro é complicado para o presidente Zelenski, que na semana passada viu Donald Trump ser eleito nos EUA com a promessa de acabar a guerra "em um dia", sugerindo, embora ninguém saiba bem seus planos, que pode cessar o apoio americano a Kiev para forçar um acordo que implique perdas territoriais aos ucranianos.

A ação em Kursk vinha sendo telegrafada havia duas semanas. Ucrânia, Otan e Coreia do Sul dizem que ela deve incluir parte dos estimados 12 mil soldados que a ditadura norte-coreana teria colocado à disposição de Putin.

O russo não confirma nem nega isso, mas assinou no domingo (10) o acordo militar de defesa mútua com Pyongyang, que havia acertado em julho com Kim Jong-un. Segundo o tratado, um país ajudará o outro em caso de invasão de seu território.

Tendo tido seu país invadido pelo Kremlin, Zelenski fez o mesmo de forma surpreendente no sul russo em agosto. A cartada, contudo, parece ter dado errado: os russos não pararam de pressioná-lo no leste do país, e sua posição está cada vez mais frágil.

Segundo estimativa na Rússia, talvez menos de 25% do território que havia abocanhado ainda está nas mãos de Kiev, e agora começou o cerco final com os 50 mil soldados apontados pelo comandante da Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Sirskii.

Observadores ligados ao Kremlin confirmaram a movimentação militar, mas não falaram em números. Seja como for, 50 mil soldados é mais do que o dobro empregado por Zelenski na sua operação.

"[Os russos] estão tentando desalojar nossas forças e avançar fundo no território que controlamos", disse Sirskii no Telegram.