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Trump terá controle total

Por Victor Lacombe e Guilherme Botacini (Folhapress)

Oito dias após a eleição, o Partido Republicano conquistou a maioria das cadeiras na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, projetou na quarta (13) a rede de TV CNN. Os republicanos estão com 218 assentos, um a mais que o necessário para maioria simples na Casa, que tem 435 deputados. Os democratas aparecem com 208 assentos, e ainda há 9 em disputa.

A manutenção do controle da Câmara - somada à retomada republicana do Senado, que estava sob domínio democrata, e ao domínio conservador na Suprema Corte - sela a vitoriosa campanha de Donald Trump e dá ao presidente eleito a chance de colocar em prática promessas de campanha sem grandes obstruções.

Trump, cuja influência no Partido Republicano é hoje dominante, terá controle total do Legislativo americano por pelo menos dois anos após tomar posse em janeiro de 2025 - o próximo pleito na Câmara está previsto para o fim de 2026, nas chamadas eleições de meio de mandato.

Maiorias governistas nas duas Casas do Congresso não são incomuns nos EUA. Joe Biden teve esse controle na primeira metade de seu mandato, assim como Barack Obama no começo de seu primeiro governo e George W. Bush ao longo de quase toda sua estada na Casa Branca; o próprio Trump, quando assumiu em 2017, também contou com maioria no Congresso por dois anos, até perdê-la nas eleições legislativas de 2018.

O forte comparecimento em favor dos republicanos em todo o país ajudou a legenda a manter o controle da Câmara. Na madrugada do dia 6, o partido já havia conquistado maioria no Senado, graças a triunfos cruciais nos estados de Ohio e Virgínia Ocidental.

A presença de Trump na Casa Branca, ademais, significa que seu controle sobre os parlamentares será ainda mais eficaz. Nos últimos quatro anos, fora do poder, ele contou apenas com um pequeno núcleo duro de congressistas para pressionar o partido a seguir apoiando o ex-presidente.

Agora, com domínio amplo da legenda, o republicano não precisará agir às escondidas ou medir forças com outros centros de poder no partido.