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Elon Musk em alta com Trump

Por Ana Bottallo (Folhapress)

O bilionário dono da Tesla e do X, Elon Musk, saiu como um dos vitoriosos das eleições americanas, ao lado de seu candidato e agora presidente eleito, Donald Trump. Após destinar mais de US$ 118 milhões para um comitê de ação política pró-Trump, o empresário viu, na manhã de quarta (6), as ações da sua empresa, Tesla, subirem cerca de 12%.

Além do ganho financeiro quase imediato, Musk deve ter papel importante no governo trumpista. Ainda não está claro exatamente qual será sua função, mas a expectativa é que ele assuma uma posição estratégica para agir nos cortes profundos que deseja fazer nos gastos públicos americanos.

De acordo com David Nemer, antropólogo e professor do departamento de Estudos da Mídia da Universidade de Virgínia, não é só no ganho financeiro e na promessa de um novo cargo que o dono do X se beneficia da vitória de Trump. Ele, que já era considerado a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna de US$ 260 bilhões, mostrou ter poder de influência sobre parte dos eleitores. "Elon Musk sai como um grande vitorioso. Foi um dos cabos eleitorais mais vocais do Trump, que mais se expôs. Ele praticamente deu o X como veículo de promoção do Trump."

Segundo Nemer, diversos estudos mostraram como, durante a corrida eleitoral, o algoritmo da plataforma impulsionava mais discursos do candidato republicano em oposição aos de Kamala.

Não só isso, ele se mostrou um poder agregador de forças conservadoras do Partido Republicano, tendo financiado secretamente um grupo de defensores da extrema direita, além de declarar apoio ao plano de Trump de deportar milhões de imigrantes em situação irregular.

"Ele desperta um pouco essa questão do 'self-made man' [aquele que faz fortuna sozinho, em tradução livre], essa coisa de ser um empreendedor, do sonho americano, que é só trabalhar que você consegue chegar lá", afirma.

Para o antropólogo, também pesa o discurso em defesa do direito à liberdade de expressão e do porte de armas, respectivamente, a primeira e segunda emendas da Constituição americana. Inclusive, foi com base no porte de armas que Musk passou a sortear aleatoriamente pessoas para assinarem uma petição se comprometendo a apoiar "a liberdade de expressão e os direitos das armas" em troca de US$ 1 milhão.