Na contramão de líderes da América do Sul, o presidente da Argentina, Javier Milei, criticou na terça (24) o regime da Venezuela, chamado por ele de "ditadura sangrenta" na Assembleia-Geral da ONU.
Milei focou seu pronunciamento em críticas ao que chamou de "agenda ideológica" que seria supostamente imposta pela ONU e que atentaria contra os interesses de países pobres.
Um dos pontos centrais da crítica do argentino foi a Agenda 2030, em referência às 17 metas adotadas na ONU em 2015 para promover a sustentabilidade, erradicar a pobreza e proteger o planeta até o final da década.
Segundo ele, trata-se de um "programa supranacional de natureza socialista, que pretende resolver os problemas da modernidade com soluções que atentam contra a soberania dos Estados e que violentam o direito da vida". Milei afirmou que a Argentina "não acompanhará" nenhuma política que implique na restrição de liberdades individuais.
O presidente argentino ainda afirmou que a organização tem sido incapaz de lidar com conflitos globais e que teve sua essência desvirtuada. "Uma organização que tinha sido essencialmente pensada como um escudo para proteger o reino dos homens foi transformada num Leviatã de múltiplos tentáculos que procura decidir não só o que cada Estado deve fazer, mas também como eles devem viver", disse.
Também afirmou que o órgão tem falhado em defender os direitos de minorias. "Esta mesma casa, que diz defender os direitos humanos, permitiu o ingresso ao conselho de direitos humanos de ditaduras sangrentas, como de Cuba e da Venezuela, sem o mínimo de reprovação", disse.
"E nesta mesma casa há votações sistemáticas contra o Estado de Israel, o único país do Oriente Médio que defende a democracia liberal. Em simultâneo, tem-se demonstrado incapacidade de responder ao flagelo do terrorismo."
Foi a primeira vez que o argentino discursou na Assembleia-Geral. Ao se apresentar, tentou se distanciar da política tradicional, como fez ao longo de sua campanha eleitoral, afirmando ser um economista liberal e libertário que entrou para a política.
Por: Folhapress