Por Igor Gielow (Folhapress)
Uma série de explosões de pagers usados por integrantes do Hezbollah matou pelo menos oito pessoas e feriu outras milhares na terça (17), segundo o governo do Líbano. Autoridades locais acusam Israel de orquestrar a ação —Tel Aviv, inimiga do grupo fundamentalista, não havia se manifestado.
Testemunhas disseram que as explosões ocorreram quase ao mesmo tempo, às 15h45 no horário local (9h45 em Brasília). Depois de 30 minutos, novas detonações teriam sido registradas. Os pagers teriam sido adquiridos pelo Hezbollah nos últimos meses, e as circunstâncias do caso não estão claras.
Ao menos 2.750 pessoas ficaram feridas em várias cidades, afirmou o ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad. Aproximadamente 200 foram hospitalizadas em estado grave. Explosões de dispositivos ocorreram também na Síria, onde ao menos 14 pessoas foram atingidas.
Em comunicado, o Hezbollah disse que os equipamentos pertenciam a "trabalhadores em várias unidades e instituições do grupo". Das milhares de pessoas feridas, centenas seriam integrantes da organização.
A agência de notícias Mehr, do Irã, divulgou que o embaixador do país no Líbano, Mojtaba Amani, foi ferido em uma das explosões. A informação não pôde ser verificada de forma independente.
Câmeras de segurança registraram explosões em espaços públicos, incluindo nas ruas e em mercados. Algumas das pessoas atingidas não manuseavam os dispositivos no momento da detonação.
Um jornalista da agência Reuters testemunhou o deslocamento de ambulâncias em subúrbios ao sul de Beirute, a capital libanesa, em meio a um pânico generalizado.
Uma autoridade do grupo fundamentalista admitiu à agência Reuters, sob a condição de anonimato, que a detonação dos equipamentos foi a maior falha de segurança da organização desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro passado —o conflito aumentou a tensão em todo o Oriente Médio.
Baseado no Líbano, o Hezbollah é aliado do Hamas e, desde o começo do conflito em Gaza, tem atuado em conflitos quase diários com as forças de Israel em regiões próximas da fronteira.