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Zelenski reformula o gabinete

Pressionado pela escalada da guerra aérea e dos avanços russos no leste da Ucrânia, o presidente Volodimir Zelenski promoveu a maior mudança de seu gabinete desde que seu país foi invadido por Vladimir Putin em 2022. Caiu nesta quarta (4) a face mais reconhecível de seu governo no exterior, o chanceler Dmitro Kuleba. Na véspera, o ministro responsável pela indústria armamentista e outros quatro nomes do gabinete de Zelenski já haviam sido demitidos.

Com isso, o número de postos sem titulares na equipe de 22 postos chegou a 11, contando demissões que ocorreram ao longo do ano em cargos menos importantes. No ano passado, a outra face da resistência ucraniana, o então ministro da Defesa Oleksii Reznikov, já havia sido demitido.

O Parlamento em Kiev começou a votar o nome de sucessores já nesta quarta. "Nós precisamos de nova energia hoje, e estes passos estão relacionados apenas ao fortalecimento do nosso Estado em diferentes direções", disse Zelenski a repórteres, buscando minimizar o clima de crise.

"O outono [do Hemisfério Norte, que começa no dia 22] será extremamente importante para a Ucrânia. E nossas instituições estatais precisam estar configuradas de forma que a Ucrânia alcance os resultados que precisamos", havia dito na véspera.

No fim do mês, ele levará ao presidente americano, Joe Biden, e aos dois candidatos a sucedê-lo no ano que vem, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, o que chamou de "plano da vitória" na guerra.

Zelenski, cujo mandato como presidente expirou em maio, segue no cargo porque o país está sob lei marcial e legalmente não pode promover eleições, mas sua posição tem sido objeto de diversas críticas. A principal decorre da sapiência acerca de sua incursão em Kursk, no sul da Rússia, um movimento com tantos possíveis objetivos táticos que sua razão estratégica ficou obscurecida. Por um lado, logrou humilhar Putin, que viu tropas estrangeiras no seu país pela primeira vez desde a invasão nazista de 1941. Por outro, Zelenski enfraqueceu suas defesas no leste do país, e o ataque não drenou recursos dos russos.

Por Igor Gielow (Folhapress)