OTAN
A China considera que a Otan tem expandido suas fronteiras e ameaça o Indo-Pacífico, seu quintal geopolítico, com "caos e turbulência". Pequim está "extremamente preocupada" e trabalhará contra presença da aliança militar liderada pelos EUA. Esta é a visão chinesa, segundo o representante especial de seu governo para Assuntos Eurasianos, Li Hui, que esteve no Brasil nesta semana para falar sobre a Guerra da Ucrânia com autoridades em Brasília. Em São Paulo, ele concedeu entrevista exclusiva na quinta (1º) à reportagem.
"A Otan é essencialmente um vestígio da Guerra Fria, o maior grupo militar do mundo. Ela se diz regional e defensiva, mas suas fronteiras e seu mandato estão se expandido", diz Li. "Isso eleva tensões e provoca confrontos. A China está extremamente preocupada e se opõe a isso", afirmou.
A Otan foi criada em 1949 para deter o avanço soviético na Europa do pós-guerra. Após fim da Guerra Fria, em 1991, vagou meio sem rumo, mas a invasão da Ucrânia pelos russos em 2022 lhe deu sentido renovado.
Por Igor Gielow (Folhapress)