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Irã anuncia ameaça nuclear

Ânimos se acirraram ainda mais com ataque do Irã a Israel | Foto: Reprodução

O regime do Irã vai rever a doutrina nuclear do país se Israel responder ao ataque inédito feito por Teerã no último sábado (13), afirmou nesta quinta-feira (18) um comandante da Guarda Revolucionária iraniana. O processo de enriquecimento do urânio conduzido pela nação persa levanta preocupações da comunidade internacional, embora autoridades digam que os fins são "estritamente pacíficos".

"As ameaças do regime sionista contra as instalações nucleares do Irã possibilitam a revisão de nossa doutrina nuclear e o desvio de nossas considerações anteriores", disse Ahmad Haghtalab, comandante encarregado da segurança nuclear, segundo a agência de notícias iraniana Tasnim.

As ameaças de Teerã relacionadas à sua política nuclear não são inéditas. Em 2021, o então ministro da inteligência do país disse que a pressão ocidental poderia levar o regime a buscar armas nucleares.

Em janeiro, Rafael Grossi, o diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), afirmou à Folha de S.Paulo que o Irã havia cruzado "todas as linhas vermelhas" rumo à bomba atômica. Há dois anos e meio, o acesso de inspetores da agência no escopo do acordo nuclear de 2015 está virtualmente cortado, com exceções pontuais. O arranjo tinha sido capitaneado pelos Estados Unidos sob o governo democrata de Barack Obama, mas foi rompido por seu sucessor republicano, Donald Trump, em 2018.

O acordo, a grosso modo, previa o relaxamento de sanções econômicas contra Teerã em troca do compromisso, monitorado pela AIEA, de que o programa nuclear do país teria apenas fins pacíficos. Segundo Grossi, porém, o Irã voltou a operar seu programa de forma acelerada e sem vigilância.