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Kiev tenta atingir Moscou

Ucrânia disparou drones contra território russo | Foto: Reprodução

No último dia da eleição que irá conduzir Vladimir Putin a seu quinto mandato como presidente da Rússia, a Ucrânia tentou atingir oito regiões do país vizinho com uma onda de 36 drones de longo alcance. Quatro deles foram direcionados para Moscou, mas derrubados nos subúrbios da capital.

Três aeroportos da capital, incluindo os internacionais Domodedovo e Vnukovo, tiveram o tráfego restringido ao longo da manhã devido à ameaça de mais ataques, mas voltaram a operar normalmente.

Desde o início da semana passada, Kiev tem incrementado ações assimétricas contra os russos, que estão em um momento de vantagem tática na guerra terrestre no país que invadiram em fevereiro de 2022.

Neste domingo (17), repetiram a receita dupla, com emprego de drones contra cidades e refinarias russas, e lançando mísseis balísticos de seu território contra Belgorodo, capital da região russa homônima que virou o centro nervoso da guerra no país de Putin.

A refinaria de Slaviansk foi atingida por destroços de um drone abatido em Krasnodar, no sul russo. A planta produz 4,5 milhões de toneladas de derivados de petróleo por ano, a maior parte para exportação. Ninguém ficou ferido e os danos, aparentemente foram menores do que os impostos na véspera a uma unidade da Rosneft (a Petrobras russa) em Samara (sudeste de Moscou).

Desde o começo de 2024, houve danos a pelo menos nove refinarias, contando a deste domingo. A indústria de petróleo e gás está no centro da economia da Rússia, e os custos de produção de gasolina premium na parte europeia do país subiram 50% neste ano, ainda sem repasse equivalente ao consumidor.

A Ucrânia diz querer ferir economicamente a Rússia e sua fonte de renda principal, mas por ora o maior dano é psicológico, com imagens de grandes labaredas quase diariamente nos celulares dos russos.

Em Belgorodo, isso ganhou a feição de guerra de fato, com 12 mísseis sendo lançados contra a cidade de 340 mil habitantes. Um deles, o jornalista Pavel, que pede para não revelar o sobrenome, diz que "a vida virou um inferno, como na Ucrânia". Ele relata sirenes antiaéreas diárias e tensão nas ruas.

Por: Igor Gielow (Folhapress)

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