Em um dos mais graves ataques contra civis na Ucrânia desde a invasão russa de 2022, ao menos 50 pessoas morreram na explosão de um míssil contra dois prédios comerciais na via de Hroza, na região de Kharkiv (nordeste do país).
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, comentou o caso enquanto comparecia a uma conferência de segurança na Espanha. Acusou Moscou e o "terror russo" pelo ataque, e prometeu uma "resposta dura e absolutamente dura".
Até aqui, o mais mortífero ataque contra civis havia ocorrido em abril do ano passado, quando um número incerto, entre 52 e 60 pessoas, tombou na explosão de um míssil em Kramatorsk.
O Kremlin não se pronunciou, mas usualmente o discurso no caso é de que apenas ataca objetivos militares na sua guerra. A esta altura, não é possível determinar a culpa, já que acidentes com mísseis antiaéreos ucranianos já ocorreram no conflito.
Foi assim, segundo uma apuração do insuspeito jornal americano The New York Times, na explosão que matou 17 pessoas em um mercado em Kostantinvka, no leste do país, em setembro. Zelenski acusou Moscou de "maldade descarada", mas a análise da trajetória do míssil indicou que se tratava de uma arma defensiva que errou o alvo.
O Ministério do Interior afirma, contudo, que a investigação inicial sugere que os prédios foram atingidos por um míssil balístico Iskander-M. Não é uma arma muito utilizada: entre outubro do ano passado e setembro de 2023, 30 deles foram disparados e 22, abatidos, segundo Kiev.
Por óbvio, isso é irrelevante para os mortos. A maior parte deles estava em um café, que recebeu 330 pessoas para uma homenagem a uma pessoa recentemente falecida na cidade. Outros estavam em uma loja vizinha.
"Havia pessoas de todas as famílias, todas as casa da cidade. É uma tragédia terrível", afirmou o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klimenko, em entrevista a TVs. Um dos mortos é um menino de 6 anos, e pelo menos sete pessoas estão hospitalizadas.
Por; Igor Gielow/ Folhapress