"Saiam! Saiam!", gritava a multidão no funeral de 10 dos 12 palestinos mortos pelo Exército de Israel em uma incursão a territórios ocupados na Cisjordânia em julho, a maior em 20 anos. Ao contrário do que se presumiria, os gritos não tinham como alvo soldados isralenses, e sim três integrantes da Autoridade Palestina, ao fim expulsos pela horda em fúria.
O episódio é simbólico de uma crise de legitimidade que, de acordo com analistas, assombra o órgão, concebido como uma espécie de governo de transição até o estabelecimento de um Estado palestino.
Mark Tessler, professor de ciência política da Universidade de Michigan e codiretor do projeto Arab Barometer, que conduz pesquisas no Oriente Médio e na África, diz que esse processo talvez tenha alcançado seu ápice este ano —às vésperas do marco de três décadas de sua criação, por meio dos Acordos de Paz de Oslo.
Por; Carla Balbi/ Folhapress