A missão Chandrayaan-3 conseguiu pousar com sucesso na superfície da Lua ontem. A alunissagem bem-sucedida torna a Índia o quarto país a realizar o feito, depois de Rússia (então União Soviética), Estados Unidos e China. Isso além de ser o primeiro a fazer uma descida no polo sul lunar, região mais desafiadora para pousos que a faixa equatorial.
O toque suave sobre a superfície lunar se deu às 9h33 (pelo horário de Brasília), após cerca de 1 minuto de frenagem conduzida pelos propulsores do módulo de pouso. O sucesso foi transmitido ao vivo pela Isro (a agência espacial indiana) e contou com um discurso do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, falando da África do Sul, onde participa da reunião dos Brics.
Festejando a realização como o começo de uma nova era, o premiê indiano, alternando entre hindi e inglês, destacou o ineditismo da realização. "Nenhum país chegou lá [no polo sul da Lua] antes. Com o trabalho duro de nossos cientistas nós chegamos lá."
Em inglês, ele apresentou o sucesso como uma realização em prol de toda a humanidade e destacou que todos podem ambicionar a Lua, inclusive os países do chamado Sul Global.
Foi a segunda tentativa por parte dos indianos de descer à superfície lunar com uma sonda não tripulada, depois da Chandrayaan-2, lançada em 2019, que contava com um orbitador lunar (ainda em operação), e um módulo de pouso contendo um rover. Durante a aproximação final para a alunissagem, em 6 de setembro daquele ano, o módulo se espatifou no solo lunar -após o que foi diagnosticada como uma falha de software na operação dos motores de descida.
Quase quatro anos depois, a Chandrayaan-3 é uma versão aprimorada do módulo de pouso Vikram e do rover Pragyan usados naquela tentativa. Lançada em 14 de julho último, ela desta vez não contou com um orbitador, mas com um simples módulo de propulsão para as manobras orbitais.
O caminho para a Lua foi essencialmente o mesmo nas duas ocasiões, com uma inserção à órbita terrestre, seguida por manobras para ampliação gradual do apogeu (ponto de máximo afastamento da Terra), até a captura pela gravidade lunar. Por; Salvador Nogueira/ Folhapress