Desde que a Fox foi adquirida pela Disney em 2019, muitos esperavam a integração dos mutantes e outras propriedades da Fox no Universo Cinematográfico Marvel (UCM). No entanto, com produções decepcionantes nas Fases 4 e 5 e uma expansão televisiva medíocre no Disney , finalmente chegamos a Deadpool & Wolverine, a obra que prometia inserir os X-Men nos capítulos finais da segunda saga da franquia.
Deadpool (Ryan Reynolds) se autoproclama o "messias" da Marvel no filme, embora esse título já pertença a Robert Downey Jr., que retornará como o vilão Doutor Destino. O roteiro, escrito por Reynolds e outros, é mais uma celebração dos filmes da Fox e dos atores que interpretaram os heróis ao longo dos anos do que um olhar para o futuro da franquia. A história do longa está sempre voltada para o passado, baseando-se em nostalgia e referências.
No início do filme, Wade Wilson usa um dispositivo de viagem no tempo para viajar de sua linha do tempo para a Terra-616, onde conhece Happy Hogan (Jon Favreau) e pede para se juntar aos Vingadores, mas é rejeitado. Após uma espiral de baixa autoestima, Wade volta à ativa quando é contratado pelo Sr. Paradox (Matthew MacFayden) para capturar um novo Wolverine (Hugh Jackman). A partir daí, o drama da história aborda temas como sacrifício, confiança e relevância, colocando os protagonistas em situações de redenção superheroica.
Embora o roteiro abra espaço para uma narrativa desamarrada de lógica, dentro do UCM e suas diversas amarras, acaba enfatizando as deficiências do texto. A motivação de Wade querer se juntar aos Vingadores é questionável, e a utilização da AVT como desculpa narrativa pouco evolui a mitologia estabelecida na franquia cinematográfica. Quando a história chega à missão de Deadpool e Wolverine, ela ganha um corpo de buddy cop que veste bem a comédia de contrastes entre os personagens, com Hugh Jackman servindo bem ao humor do filme, apesar de sua pior performance como Logan.
A produção poderia explorar melhor os cameos e referências, que acabam sendo mais uma forma de celebração do que uma expansão do multiverso. Deadpool & Wolverine segue os erros de outros filmes da Marvel ao colocar nostalgia e fanservice no centro da trama, celebrando atores e produções passadas sem se importar com o desenvolvimento dos personagens. Isso torna o gênero dos super-heróis um parque temático com euforia infantil, humor simpático e dramas esquecíveis.
Nota: 7,5/10