Por: Lucas Costa
O filme "Wonka", dirigido por Paul King e estrelado por Timothée Chalamet como o jovem Willy Wonka, revive o universo encantador de Roald Dahl. Apesar de algumas estratégias de promoção subutilizadas, King, conhecido por suas criações fantasiosas, estabelece o tom desde o início, ambientando a narrativa no mar e destacando Chalamet em uma performance musical sólida. A trama se desenvolve habilmente, com Wonka envolvido em uma disputa entre magnatas do chocolate e formando amizades cativantes em uma estalagem duvidosa.
Sinopse: Cheio de ideias e determinado a mudar o mundo, o jovem Wonka embarca em uma aventura para espalhar alegria através de seu delicioso chocolate. Nela, ele acabou conhecendo o seu fiel e icônico assistente, Oompa Loompa (interpretado por Hugh Grant), que o ajudou a ir contra todas as probabilidades para se tornar o maior chocolateiro já visto. Mostrando que as melhores coisas da vida começam com um sonho, o filme mistura magia, música, caos, afeição e muito humor.
Opinião: Chalamet oferece uma performance astuta, afastando-se de seus papéis anteriores, e habilmente equilibrando elementos imortalizados por Gene Wilder com uma abordagem mais contida em relação à interpretação de Johnny Depp no remake de 2005. Olivia Colman rouba a cena como a vilã Sra. Scrubbit, destacando sua versatilidade como uma lenda contemporânea. O elenco de apoio, incluindo Keegan Michael-Key, Paterson Joseph e Hugh Grant, contribui para a trama com performances memoráveis.
Paul King demonstra sua habilidade em homenagear clássicos do gênero, incorporando elementos de musicais como "Alô, Dolly" e "Cantando na Chuva", além de referências a "Chicago" e "O Rei do Show". A trilha sonora original se torna uma fusão saudosista e deliciosamente saborosa, complementando o embate de cores que permeia o filme.
"Wonka" transcende as expectativas ao oferecer uma origem convincente para o personagem já eternizado por Gene Wilder. King e o roteirista Simon Farnaby evitam cair na armadilha do fanservice, optando por criar um mundo de magia e personagens cativantes. No entanto, o filme não está isento de falhas estruturais, afetando o ritmo da narrativa em alguns momentos, e a performance de Lane como Noodle deixa a desejar.
No entanto, apesar desses tropeços, "Wonka" surpreende de maneira positiva. King renova suas habilidades ao respeitar a obra de Dahl e ao mesmo tempo apresentar uma trama original, envolvente do início ao fim. O filme oferece uma dose generosa de realismo fantástico, permitindo que o público se entregue a uma experiência cinematográfica divertida, estimulante e irresistivelmente cativante.
Em resumo, "Wonka" é um presente de fim de ano para os amantes do cinema e da obra de Roald Dahl. Uma viagem encantadora que combina nostalgia, musicalidade e um elenco excepcional.
Nota: 9,5/10