Por:

Maior venda do século XXI

Terreno foi deixado de herança para as filhas do empresário Aloysio Faria. | Foto: Maarten Zeehandelaar/AdobeStock

Por: Lucas Costa

O empresário mineiro Aloysio Faria, falecido em setembro de 2020 aos 99 anos, deixou um legado marcante no cenário imobiliário da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. As cinco filhas de Faria recentemente venderam um terreno de aproximadamente 30 mil metros quadrados na orla da Barra, considerado o maior pedaço de terra não construído na região, por impressionantes R$ 370 milhões.

O espaço fica ao lado de um condomínio de alto padrão já instalado: o Golden Green.

A transação, revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", representa um marco no mercado imobiliário carioca, sendo o maior negócio financeiro do setor no século XXI, em valores absolutos. Embora o preço por metro quadrado seja inferior ao de outros empreendimentos na cidade, como o terreno do antigo bingo Arpoador em Copacabana, o montante total reflete a magnitude do negócio.

O terreno, adquirido por Aloysio Faria em 1989 com a intenção original de construir um hotel da rede Transamérica, agora está nas mãos das construtoras Tegra e São José. O projeto que surgirá desse terreno estratégico é aguardado com grande expectativa, e especialistas preveem que dará origem a um mega empreendimento de alto padrão.

Paulo Cezar Ximenes, diretor do segmento de alto padrão da Sergio Castro Imóveis, antecipa que com uma localização privilegiada na orla da Barra, permite a construção de imóveis de luxo com espaços generosos e estrutura de lazer, atraindo compradores em busca de residências exclusivas a preços mais acessíveis em comparação com semelhantes na Zona Sul.

A aquisição faz parte da estratégia delineada no testamento de Aloysio Faria, que definiu claramente a divisão e venda de seu patrimônio para evitar conflitos entre suas cinco herdeiras. Além desse negócio imobiliário, destaca-se a venda recente do Banco Alfa para o Safra por cerca de R$ 1 bilhão, uma transação que, embora representativa, gerou algumas discussões sobre seu valor em relação ao patrimônio líquido do conglomerado de Faria, estimado em mais de R$ 20 bilhões pelo Banco Central.