Biden recebe líderes de Finlândia e Suécia para discutir adesão à Otan

Por

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu, nesta quinta-feira (19), a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, e o presidente finlandês, Sauli Niinistö, para mostrar mais uma vez seu apoio à adesão de ambos os países à Otan, aliança militar ocidental.

"Eles atendem a todos os requisitos da Otan e mais alguns", disse Biden, oferecendo o "apoio total e completo dos Estados Unidos".

Os dois países nórdicos apresentaram suas candidaturas após a Rússia invadir a Ucrânia, no final de fevereiro, rompendo com sua tradição de não alinhamento militar.

Biden afirmou que deve submeter os papéis de Suécia e Finlândia ao Congresso americano ainda hoje. A autorização do Congresso americano deve ser mera formalidade, já que não há divergências entre a classe política neste caso.

"Enquanto suas candidaturas estão sendo consideradas, os Estados Unidos trabalharão com a Finlândia e a Suécia para permanecer vigilantes a qualquer ameaça à segurança comum", disse Biden.

Todos os 30 membros da Otan precisam aprovar quaisquer novos participantes, e a Turquia, que mantêm relação próxima tanto de Kiev quanto de Moscou, ameaça vetar as novas adesões.

Tayyip Erdogan, presidente turco, reafirmou nesta quinta-feira sua oposição às candidaturas e disse que esses dois países são santuários para organizações "terroristas" curdas.

"Estamos determinados a manter nossa posição, informamos nossos amigos e diremos 'não' à Finlândia e à Suécia, que querem se juntar à Otan, e persistiremos nessa política", disse Erdogan em uma assembleia de jovens em Istambul.

Suécia e Finlândia "são os países que abrigam terroristas, o PKK e o YPG", enfatizou, referindo-se ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seus aliados curdos iraquianos das Unidades de Proteção do Povo (YPG).

A Turquia, os Estados Unidos e a União Europeia consideram o PKK uma organização terrorista.

A expectativa entre analistas é a de que a Turquia vá vender caro o apoio aos nórdicos, exigindo talvez deportação de ativistas exilados ou declarações mais incisivas.

O presidente finlandês disse que seu país discutirá todas as preocupações expressas pela Turquia sobre sua candidatura à Otan e condenou o "terrorismo".

"Condenamos o terrorismo em todas as suas formas e estamos ativamente comprometidos em combatê-lo", disse Niinistö a repórteres, ao lado do presidente dos EUA.

"Estamos prontos para discutir todas as preocupações que a Turquia possa ter em relação à nossa adesão de maneira aberta e construtiva", disse Niinistö.