O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na semana passada que a partir desta segunda-feira (16) o país passa a aceitar receber investimentos estrangeiros em suas estatais. A ação foi promovida por meio de um discurso em cadeia nacional na televisão e representa uma mudança considerável na economia.
As empresas estatais terão de 5% a 10% para oferecer aos investidores nacionais e estrangeiros. Maduro não deu muitos detalhes, mas exemplificou quem poderia receber esse investimento, citando a Petroquimica de Venezuela, um conglomerado de mineração, a estatal de telefonia e até mesmo de joint-ventures, que são associações entre duas empresas por tempo limitado para se aproveitar em conjunto alguma atividade.
O presidente da Bolsa de Valores de Caracas, Gustavo Pulido, no entanto, havia afirmado para jornalistas estrangeiros na sexta-feira passada (13) de que não havia sido informado de nenhuma modificação nas ações e que seriam necessárias pelo menos 48 horas para realizar, na prática, as alterações das empresas em questão.
Apesar da forte crise vivida pela Venezuela antes da pandemia, com hiperinflação, recessão e o olhar atento de outras nações, o país dá indícios de recuperação. Um relatório do banco Credit Suisse estima que o crescimento real do PIB da Venezuela será de 20% em 2022. O crescimento é acompanhado de mudanças na política econômica, como a liberação de algumas restrições ao fluxo de capitais e a dolarização momentânea.