Uma explosão em uma mesquita xiita na cidade afegã de Mazar-e-Sharif, nesta quinta-feira (21), matou pelo menos 11 pessoas e deixou 32 feridas, informou uma autoridade de saúde do Afeganistão, no que foi uma de uma série de explosões em todo o território do país.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado, segundo um comunicado no canal de Telegram do grupo. Eles afirmaram terem colocado uma bolsa com explosivos dentro da mesquita e acionado o dispositivo quando o local estava cheio de fiéis.
Imagens publicadas nas redes sociais, das quais não foi possível comprovar a autenticidade, mostram feridos sendo retirados da mesquita de Seh Dokan e levados para hospitais.
Moradores da área tentavam ajudar as vítimas e equipes de emergência atendiam os sobreviventes do lado de fora da mesquita.
Outra explosão causou pelo menos mais 11 vítimas em Kunduz, no norte do Afeganistão, de acordo com Najeebullah Sahel, uma autoridade de saúde da província.
As explosões acontecem durante o mês sagrado islâmico do Ramadã, e somente dois dias depois de explosões destruírem uma escola de ensino médio em uma área predominantemente xiita do bairro de Hazara, no oeste de Cabul, a capital, matando pelo menos seis.
A comunidade xiita, uma minoria religiosa no Afeganistão, é frequentemente alvo de grupos militantes sunitas como o Estado Islâmico.
A explosão de Kunduz teve como alvo uma van de mecânicos militares numa rua, informou o Ministério do Interior, acrescentando que uma terceira explosão numa rua da capital deixou três feridos, incluindo uma criança.
Richard Bennett, relator especial das Nações Unidas para o Afeganistão sobre direitos humanos, condenou os ataques.
"Hoje, mais explosões abalam o Afeganistão. Ataques sistemáticos direcionados a escolas e mesquitas lotadas exigem investigação imediata, responsabilização e fim das violações de direitos humanos", escreveu ele em um tweet.
Uma moradora de Mazar-e-Sharif contou que estava fazendo compras com sua irmã em um mercado quando ouviu uma grande explosão e viu fumaça subindo da área ao redor da mesquita.
"O vidro das lojas estava quebrado e estava muito lotado e todos começaram a correr", disse a mulher, que não quis ser identificada.
Os governantes do Talibã no Afeganistão afirmam terem aumentado a segurança do país desde que assumiram o poder, em agosto, depois da saída total das tropas americanas do território.
Mas autoridades e analistas internacionais dizem que o risco de um ressurgimento da militância permanece e, desde então, o grupo extremista reivindicou vários ataques.
O Talibã tenta minimizar a ameaça do Estado Islâmico e luta contra o grupo há anos. O grupo terrorista é acusado de executar ou reivindicar alguns dos atentados mais violentos dos últimos anos no país, como o de maio de 2021 diante de uma escola para meninas em um bairro xiita de Cabul, que matou 85 pessoas.
Também existe a suspeita de que o grupo está por trás do atentado contra uma maternidade de Cabul, em maio de 2020, no qual morreram 25 pessoas, incluindo algumas que estavam próximas do momento do parto.